O PODER DO REI E A VIDA QUOTIDIANA NO SÉCULO XVIII

O PODER DO REI E A VIDA QUOTIDIANA

 NO SÉCULO XVIII

 

 

Ø     Reinado de D. João V

 

O rei D. João V foi um rei muito rico e poderoso. Esta riqueza vinha do ouro do Brasil. O rei passou a tomar sozinho todas as decisões quanto à governação do país. Este poder total chama-se monarquia absoluta.

O rei deu muitas riquezas à nobreza, obrigando-a a apoiá-lo. O rei promoveu festas magníficas na sua corte, rodeando-se de luxos, banquetes, bailes, óperas, concertos, teatro, sessões de poesia, jogos de salão. Estas festas eram requintadas devido também à existência de bebidas muito raras (café, chá, chocolate); peças de ouro, prata e porcelana; multidões de criados; roupas caras e adornadas com pedras preciosas.

Nesta altura, construíram-se muitos palácios, cuja decoração era riquíssima.

Os elementos do clero viviam sobretudo em conventos. As igrejas eram ornamentadas com peças de muito valor. O clero tinha muito poder porque tinha a seu cargo o culto, o ensino e a assistência a doentes, órfãos e viúvas; e sobretudo porque controlava o Tribunal da Inquisição.    

Este tribunal foi criado no século XVI, com o objectivo de perseguir os não-católicos, nomeadamente os judeus.     

 

Todos os que não aderiam ao cristianismo eram presos, confiscados os seus bens, julgados e condenados por processos cruéis (normalmente a fogueira, em praça pública). Também escritores, artistas e homens da ciência foram vitimas deste tribunal.

 

A burguesia não era admitida na corte, nem nas casas dos nobres. Os burgueses enriqueciam com o comércio e reuniam-se em clubes e cafés onde conviviam.

 

O povo continuava a viver mal e a trabalhar como há séculos. Alimentavam-se sobretudo de trigo e batata. Muitos emigraram para o Brasil.

 

Cerimónias públicas – O rei deslocava-se em publico na sua carruagem dourada, luxuosamente vestido, para se exibir e impressionar toda a população. Faziam-se cortejos, fogo-de-artifício, corridas de touro, cerimónias religiosas, procissões, autos-de-fé (morte pelo fogo).

 

Construções monumentais – O rei mandou fazer grandes edificações como o Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres. Estas obras eram pagas com os impostos do povo.

 

Reinado D. José I

 

D. José subiu ao trono em 1750 e nomeou como ministro Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal).

Após o terramoto de 1755, Lisboa ficou muito destruída e foi o Marquês de Pombal que se encarregou de a reconstruir. Aprovou planos de construção; mandou fazer passeios largos e calcetados; criou praças e prédios com arquitecturas preventivas contra tremores de terra; deu um novo traçado geométrico às ruas; mandou erguer uma estátua de D. José, na Praça do Comércio. O poder e prestígio deste ministro aumentaram devido à eficácia das suas decisões. Devido a ter estado no estrangeiro, trouxe novas maneiras de pensar para o país, tentando modernizá-lo e enriquecê-lo.

 

Marquês de Pombal – Fez reformas, retirou poderes e privilégios à nobreza e ao clero; acabou com o Tribunal da Inquisição; expulsou do país e colónias a ordem religiosa com mais influência – os Jesuítas.

 

 

Reformas económicas – O país atravessava um atraso económico: o ouro do Brasil vinha agora em poucas quantidades; a agricultura e a indústria não estavam desenvolvidas; as importações eram cada vez maiores; o comércio com as colónias estava nas mãos de estrangeiros.

Marquês de Pombal, apoiado pela burguesia, decidiu criar companhias de comércio. Só essas companhias podiam comercializar certos produtos e em determinadas regiões.

Incentivou também a indústria de manufacturas e oficinas.

 

Reformas sociais – Durante o governo do Marquês de Pombal reduziram-se as diferenças entre os grupos sociais. A nobreza e o clero perderam regalias e riquezas. A burguesia tornou-se mais influente, dada a sua ligação ao comércio e à indústria.

Acabou com as diferenças entre cristãos-novos e critãos-velhos. Proibiu a escravatura e declarou livres todos os escravos do Reino.

 

Reformas no ensino -  O ensino em Portugal era ministrado pelos Jesuítas e depois destes serem expulsos, o Marquês de Pombal organizou uma rede pública de escolas. Os métodos de ensinar foram revistos e tornados mais práticos e experimentais.