D. JOÃO V

 
 
D. João V - O Magnânimo
 
(09/12/1706 à 31/07/1750)
Em 1708, 18 meses após assumir o trono, D. João V casou-se com a arquiduquesa Maria Ana de Áustria, filha do imperador Leopoldo I. Inteligente e instruído, amante da matemática e da música, obstinado nas decisões, tomou por modelo Luís XIV e tornou-se soberano absoluto.
 
D. João V foi um estadista competente, cercou-se de ministros e diplomatas notáveis, como o brasileiro Alexandre de Gusmão, principal inspirador de sua política para o Brasil. A pedido do papa Clemente XI, autorizou a participação de navios portugueses na batalha de Matapan, contra os turcos. Por não reconhecer a nomeação do núncio de Lisboa pelo papa Bento XIII, rompeu relações com a Santa Sé, depois reatadas com o papa Clemente XII.
 

 
Arca de transporte do ouro do Brasil
Com o ouro do Brasil edificou o monumental conjunto de Mafra: basílica, palácio real e convento. Criou a biblioteca da Universidade de Coimbra e construiu o aqueduto das Águas Livres, que abasteceu Lisboa. Morreu em Lisboa, em 31 de Julho de 1750, e foi sucedido pelo filho, D. José I.
Recebeu os cognomes de “O Magnânimo” ou “O Rei-Sol Português”, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado. Alguns historiadores recordam-no também como “O Freirático”, devido à sua conhecida “apetência sexual” por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos).
Com a descoberta das minas de ouro no Brasil, e, devido ao facto de ser grande admirador do Rei Luís XIV de França, D. João V passou a ser o exemplo do absolutismo em Portugal: recusava reunir as Cortes e procurava sempre expressar uma superioridade face à nobreza.
D. João V realça a figura régia através do luxo e da etiqueta. Adoptou a moda francesa, quer no traje, quer no cerimonial.
O Rei, esse tem sempre o lugar central. É o centro das atenções, é o centro do poder.
 
 
De um modo geral copiava-se o que era lançado na Corte de Versalhes:
  • Vestidos amplos, volumosos e pregueados, alguns em forma de saco;
  • Corpetes mais folgados;
  • As panniers e as farthingales na armação das saias;
  • Penteados exuberantes e altíssimos, com enchimentos e elementos decorativos;
  • Perucas;
  • Leques;
  • Maquilhagem empoada;
  • Chapéus enormes e com muitas plumas de animais nobres;
nobre do século XVIII
O visual masculino tinha a seguinte estrutura:
  • Casaco (justaucorps) ajustado na cintura;
  • Coletes bordados;
  • Calções extremamente justos;
  • Lenços originados das golas da chemise, muito volumosos, no pescoço;
  • Maquilhagem empoada;
 
terrina do século XVIII
Uma ementa de Domingo aconselhada pelo cozinheiro do rei D. João V:
 
1ª iguaria – Tigelas de caldo de galinha com uma gema de ovo e canela por cima e sopas de vaca.
2ª iguaria – Perdigões assados, guarnecidos com linguiça.
3ª iguaria – Coelhos à João Pires.
4ªiguaria – Um ou dois peitos de vitela de conserva, guarnecidos com torrijas de vitela.
5ª iguaria – Pastelões de várias carnes, redondas, lavrados.
6ª iguaria – Pastéis fritos, pequenos, de carneiro, com açúcar e canela.
7ª iguaria – Ôlha castelhana – vaca, carneiro, mãos de porco, presuntos, grãos, nabos, pimentão, de todos os adubos amarelos com bom açafrão.
Doces fritos e fruta de tempo

 

 

O ESTILO BARROCO
 
   O reinado de D. João V é de grande luxo na corte, não parava de aumentar o ouro chegado do Brasil.
   São construídos no estilo da época, o Barroco, vários monumentos, como a Torre dos Clérigos e o Convento de Mafra. Os altares das igrejas são cobertos de uma fina camada de ouro, a famosa talha dourada.
 
 

Convento de Mafra na actualidade.
 

 

 
Palácio Nacional de Mafra

Palácio Nacional de Mafra

Posted by Panoramas Aéreos on Domingo, 3 de Maio de 2015