A queda da Monarquia

27-01-2012 09:32

Razões da queda da Monarquia:

Apesar do desenvolvimento industrial verificado na 2ª metade do século XIX, grande parte da população portuguesa continuava a trabalhar na agricultura;

As fábricas localizavam-se sobretudo nas regiões de Lisboa e Porto;

O país tinha grandes dívidas;

A maior parte da população vivia mal;

Grande agitação e falta de liberdade.

      Em 1876, formou-se o Partido Republicano Português, que propunha substituir a Monarquia pela República.

 

 

Monarquia

 

República

- O chefe de Estado é o rei.

- O rei herda o trono.

- Governa até à morte.

- O chefe de Estado é o presidente.

- O presidente é eleito pelos cidadãos, ou, pelos seus representantes.

- A duração do mandato presidencial é limitada por lei.

 

Um novo acontecimento relacionado com as colónias portuguesas em África contribuiu para que o Partido Repúblicano fosse ganhando cada vez mais apoiantes.

Portugal, depois da independência do Brasil, organizou viagens de exploração em África, com o objectivo de dominar as terras compreendidas entre Angola e Moçambique. Em 1886, Portugal apresentou um mapa (mapa cor-de-rosa), onde constavam os territórios a que se julgava com direitos. A Inglaterra opôs-se à pretensão de Portugal e, em 1890, enviou um ultimato, exigindo que os portugueses abandonassem esses territórios, sob pena de declaração de guerra. O rei D. Carlos e o governo aceitaram a exigência britânica, deixando o país numa posição humilhante.  

- Em 31 de Janeiro de 1891 dá-se no Porto a primeira revolta armada contra a monarquia.  

- No dia 1 de Fevereiro de 1908, em Lisboa, ocorre o regicídio: são mortos num atentado o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe. 

- Sobe ao trono D. Manuel II que viria a ser o último rei em Portugal.

A 4 de Outubro de 1910, em Lisboa, deu-se a revolução republicana.

Partiu de pequenos grupos de conspiradores a que a população aderiu.

O exército monárquico não se conseguiu organizar e os revoltosos venceram.

 

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, dirigentes do Partido Republicano, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, proclamaram a implantação da República em Portugal.

Foi criado um governo provisório, presidido por Dr. Teófilo Braga.

 

                  Medidas tomadas pelo governo provisório:

  • Adoptou-se uma nova bandeira;
  • O hino nacional passou a ser A Portuguesa;
  • A moeda passou a ser o escudo em vez do real;

      -   Estabeleceu-se a igualdade entre filhos legítimos e ilegítimos.

 

O governo provisório organizou eleições para formar a Assembleia Constituinte, a qual organizou a nova constituição.

A Constituição Republicana ficou conhecida como a Constituição de 1911 pois foi aprovada a 19 de Agosto desse ano.

Manuel de Arriaga foi o 1º Presidente da República eleito pelo povo.

 

Segundo a Constituição republicana:

  • Todos são iguais perante a lei;
  • A expressão do pensamento é livre;
  • Separação dos poderes: legislativo, executivo e judicial.

 

Em 1911, 70% da população portuguesa era analfabeta. Portugal precisava de trabalhadores mais instruídos e capazes de acompanhar a evolução das técnicas.

 

Os governos republicanos vão tomar medidas para melhorar a instrução dos portugueses:  

  • criaram o ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos;
  • tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os 10 anos;
  • criaram novas escolas do ensino primário e técnico (escolas agrícolas, comerciais e industriais);
  • fundaram "escolas normais" destinadas a formar professores primários;
  • criaram Institutos Superiores de ensino técnico;
  • criaram as Universidades de Lisboa e Porto e reformaram a de Coimbra.

 

Medidas para defender os trabalhadores:

direito à greve;

direito a 8 horas de trabalho diário e a um dia de descanso semanal;

criação de um seguro obrigatório para a doença, velhice e acidentes de trabalho.

 

Em 1914, os sindicatos uniram-se e surgiu a União Operária Nacional, mais tarde (1919) Confederação Geral do Trabalho.

A 1º Guerra Mundial

Entre 1914 e 1918 deu-se uma Grande Guerra na Europa. De um lado estava a Inglaterra e do outro a Alemanha. Lutavam entre si pelo domínio de territórios fora da Europa (nomeadamente em África).

Em 1916 Portugal tornou-se aliado da Inglaterra, prendendo os barcos alemães que na altura se refugiavam no nosso país. A Alemanha declarou guerra a Portugal e as nossas tropas partiram para a França e para Angola e Moçambique, onde os alemães nos atacavam.

Em 1918, a guerra terminou com a derrota da Alemanha e a morte de milhares de portugueses.

 

Consequências da Guerra

    - Os preços dos produtos subiram enquanto que os salários não acompanhavam essa subida;

- A guerra aumentou as despesas do Estado e a divida externa, pedindo cada vez mais empréstimos ao estrangeiro. Portugal viu-se obrigado a aumentar os impostos;

- Eram frequentes as greves, as revoltas, os assaltos aos armazéns de alimentos e os atentados à bomba.

 

Instabilidade governativa

     Os governos iam caindo uns atrás dos outros, porque não apresentavam soluções para a crise e os deputados dos diferentes partidos políticos não se entendiam.

      Entre 1910 e 1926 Portugal teve 9 Presidentes da Republica e 45 Governos.

    Em 28 de Maio de 1926, uma acção militar chefiada pelo General Gomes da Costa pôs fim à 1ª República.

 

Os últimos dias da Monarquia

2 de Outubro - Os republicanos marcam a revolução para a 1 h. do dia 4 de Outubro.

3 de Outubro - Assassinato de Miguel Bombarda. 20h: última reunião dos conspiradores na Rua da Esperança.

4 de Outubro - 0h45-1h15: revoltas no quartel de Infantaria 16 (Campo de Ourique), Artilharia I (Campolide) e quartel da Marinha (Alcântara). 5h: Acampamento na Rotunda; 7h: Cândido dos Reis é encontrado morto. 8h-9h: Os oficiais do Exército abandonam a Rotunda. 10h: Grupo de 50 manifestantes é recebido a tiro nos restauradores. 12h30-16h: Paiva Couceiro ataca a Rotunda. 14h: O S. Rafael e o Adamastor bombardeiam o Palácio Necessidades. 16h: A Marinha bombardeia o Terreiro do Paço. 21h: O navio D. Carlos cai nas mãos dos republicanos.

5 de Outubro - 6h-7h: Duelos de artilharia na Avenida. 8h-9h: Insubordinação das tropas no Rossio. A República é ,proclamada na Câmara Municipal de Lisboa.

Fonte: Correio de Domingo, 5 de Outubro de 1997