O quotidiano portuense nos finais do séc. XIX

27-01-2012 09:30

 

O quotidiano portuense nos finais do séc. XIX

"(...) o século XIX representou para o Porto um período de notável desenvolvimento, sob todos os pontos de vista. (...)

Efectivamente, a praça do Porto era a preferida para os negócios de vulto. A quase totalidade dos bancos e das companhias de seguros tinham aqui as suas sedes (...); as lojas e armazéns (...), permanentemente erguiam-se chaminés que, se enegreciam o céu com fumo espesso, atestavam o adiantamento e operosidade das fábricas locais. Numa palavra, a rua dos Ingleses, em torno da qual girava toda a actividade comercial, era como que o coração económico do país (...)."

Fonte: Alguns aspectos da Vida Social no Porto no século XIX, in "História da Cidade do Porto", Conde de Campo-Belo, vol. III, Porto, Portucalense Editora, 1965.

 

"A parte central da cidade, (...) aí ficava a city, os velhos prédios e a imundície por excelência. Aí predominavam a loja, o balcão, o escritório, a casa de muitas janelas e extensas varandas, as crueldades arquitectónicas a que sujeitam os velhos casarões com o intuito de os modernizar, (...) a viela independente das posturas municipais (...), a rua estreita, muito vigiada de polícias. (...)

Era este, propriamente, o burgo velho, o núcleo em volta do qual se formou a cidade moderna."

Fonte: BASTO, Artur de Magalhães - O Porto do Romantismo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932.