D. Pedro e D. Miguel, irmãos inimigos

27-01-2012 09:43

Texto 1

 

“Após a morte de D. João VI, ocorrida em 1826, assistiu-se a uma (…) guerra aberta, raivosa, desesperada entre dois irmãos, D. Pedro e D. Miguel, filhos do soberano desaparecido, por trás de cada um dos quais havia metade da nação em armas. Portugueses lutavam contra portugueses (…).

Estes dois homens de sangue real, estes dois irmãos inimigos encarnavam ideias opostas (…).

Desde muito novo, D. Miguel, apoiado sempre por sua mãe, a rainha D. Carlota Joaquina, torna-se o maior defensor das tradições nacionais contra as ideias estrangeiras do liberalismo. Promovera duas revoluções anti-liberais – a Vila-Francada (1823) e a Abrilada (1824) – ambas de êxito fugaz. De novo triunfante o liberalismo, tomara o caminho do exílio.

Pelo contrário, D. Pedro, o filho primogénito de D. João VI, apadrinhava os liberais. Imperador do Brasil, fora proclamado em 1826 rei de Portugal sob o nome de D. Pedro IV. Outorgou ao reino a carta constitucional, mais conservadora do que a Constituição de 1822, e abdico na sua filha D. Maria da Glória (…), mais conhecida por D. Maria II, que devia casar com D. Miguel. Ao seu filho primogénito, D. Pedro reservava a coroa o Brasil.

D. Miguel, nomeadamente regente, regressou de Viena de Áustria em 1828 e jurou a Carta Constitucional. Todavia, pouco depois, convocou, segundo o uso antigo, as Cortes Gerais, que o aclamaram rei sob o nome de D. Miguel I.

 

(…) Acendeu-se então a guerra civil (…). O próprio D. Pedro, depois de abdicar a coroa imperial em seu filho D. Pedro II, veio à Europa defender os direitos da filha pela força das armas.”

 

Fernando Pamplona, Portugal Gigante, Livraria Didáctica, Lisboa

 

 

 

A chegada de D. Pedro IV a Ponta Delgada

 

Texto 2

 

(…) Logo a 22 de Fevereiro, D. Pedro IV desembarca no cais de Ponta Delgada, acompanhado pela comitiva, é recebido às Portas da Cidade com honras reais, entre luminárias  e bandeiras nos edifícios públicos e particulares (…).

 

Manuel Ferreira, Ponta Delgada