O SÉCULO XIX EM PORTUGAL

Ø      No início do século XIX, a corte portuguesa refugiou-se no Brasil para fugir às tropas de Napoleão, o qual tinha mandado invadir Portugal.

 

ØA Inglaterra enviou auxílio militar a Portugal e as tropas anglo-lusas resistiram e expulsaram os invasores.

 

 

ØAs invasões napoleónicas trouxeram grande sofrimento à população devido à destruição e à quantidade de mortes que causaram.

 

ØDepois das invasões, os portugueses ficaram descontentes porque o rei continuava no Brasil e os ingleses mandavam em Portugal.

 

ØO descontentamento deu origem à Revolução Liberal de 1820.

 

ØO regime absolutista foi substituído pelo regime constitucional.

 

ØO Brasil tornou-se independente.

 

ØEntre 1832 e 1834 deu-se uma guerra civil entre absolutistas e liberais. Desta guerra civil saíram vitoriosos os liberais.

 

 

D. PEDRO E D. MIGUEL

Liberais e Absolutistas

 

D. Pedro defendia as ideias liberais. Os liberais, na sua maioria burgueses – comerciantes, juízes, advogados… - defendiam a monarquia liberal. Nesta o rei passava a governar segundo os princípios da Constituição.

 

 

D. Miguel defendia as ideias absolutistas. Os absolutistas, na sua maioria nobres e clero, defendiam a monarquia absoluta, ou seja, um sistema em que o rei concentrava em si todos os poderes.

 

CRONOLOGIA

 

1807 – Portugal é intimidado pela França a fechar os seus portos à Inglaterra.

                         - O exército francês invade Portugal, comandado por Junot.

                         - A corte desloca-se para o Rio de Janeiro.

1809 – Segunda invasão francesa, comandada por Soult.

1810 – Terceira invasão francesa, comandada por Massena.

1820 – Revolução liberal no Porto.

1822 – Constituição elaborada pelas Cortes Constituintes.

1828 – Golpe de Estado Absolutista.

1829 – Execução de liberais.

1832 – Desembarque de uma expedição liberal, próximo do Porto.

       - Cerco do Porto – início da guerra civil.

1833 – Lisboa é ocupada por tropas liberais vindas do Algarve.

1834 – Fim da guerra civil – instauração do regime liberal.

 

 

 

Ideais da Revolução Francesa:

*      Liberdade

*      Igualdade             Fim da Monarquia Absoluta

*      Fraternidade

 

1806 Bloqueio Continental – Como a Inglaterra era um inimigo muito difícil de vencer, para a enfraquecer, Napoleão obriga todos os países da Europa a fechar os seus portos aos navios ingleses, que assim deixavam de comercializar.

 

1807 – A rainha D. Maria I e o príncipe regente D. João deslocam-se para o Brasil quando souberam que o exército francês vinha a caminho de Portugal, deixando a governar o país uma Junta de Regência formada por vários ministros.

 

 

1807 – 1ª Invasão Francesa – comandada pelo general Junot que ficou a governar o país em nome de Napoleão. Após os franceses destruírem e roubarem várias localidades, os ingleses vieram em auxílio dos portugueses.

 

1809 – 2ª Invasão Francesa – comandada pelo general Soult.


1810 – 3ª Invasão Francesa – comandada por Massena. Os franceses foram derrotados graças às Linhas de Torres Vedras , mandadas fazer pelo inglês Wellington.

 

A Revolução Liberal de 1820

 

 

                                                         - Destruição e empobrecimento do país;

A população estava descontente com:       - Governo dos ingleses;

                                                                - Permanência do rei no Brasil.

                                    

                                     Desejo de aplicar em Portugal as ideias Liberais

                                         vindas de França (liberdade, igualdade e fraternidade).

                                      

                                                      Revolução Liberal

 

1817 – Tentativa falhada de implementar as ideias liberais em Portugal e acabar com a Monarquia Absoluta (Gomes Freire de Andrade, chefe dos Liberais, foi enforcado).

 

1820 – Revolução no Porto, feita por burgueses, na sua maioria com o apoio do exército e chefiada pelo jurista Manuel Fernandes Tomás.

 

Medidas tomadas pelo     - Organizou as primeiras eleições (para escolher os representantes

Governo Provisório:             do povo, os deputados, que juntos formam as Cortes Constituintes)

 

Constituição – Conjunto de leis que governam o país.

 

A estadia do rei no Brasil permitiu o seu desenvolvimento (deixou de ser colónia e passou a ser reino):

- Passou a ser mais importante porque era a sede do governo;

- Lá residiam pessoas notáveis;

- Construíram-se mais escolas, hospitais e estradas;

- Deu-se um grande desenvolvimento económico (desde 1808 que o Brasil, ao contrário das outras colónias, exportava e importava directamente com os outros países).

 

1822 – As Cortes Constituintes decretaram:

- Que o Brasil deixasse de ser Reino;

- Que D. Pedro, herdeiro do trono, regressasse a Portugal;

- Que o comércio externo brasileiro voltasse a fazer-se através do nosso país.

 

                   O Brasil não aceita e torna-se independente

 

 

A VIDA QUOTIDIANA NO CAMPO -  SÉCULO XIX

 

Alimentação:

  • A maior quantidade de milho, batata e arroz levou a uma melhoria da alimentação;
  • As pessoas mais pobres comiam muito pão, sopa, gordura de porco, sardinhas salgadas… A carne e os doces eram alimentos das famílias mais ricas.

 

Habitação:

  • Diferente de região para região, conforme o clima, os materiais de construção existentes em cada local e as funções atribuídas à casa.

 

Vestuário:

  • Não seguia a moda;
  • Adaptado aos trabalhos que as pessoas executavam e ao clima de cada região.

 

Actividades e distracções:

  • O trabalho intenso e cansativo das tarefas agrícolas era acompanhado por danças e cantares, por exemplo: nas ceifas, desfolhada, vindima, etc.
  • Aos serões rezava-se e cantava-se;
  • Divertiam-se nas festas religiosas;
  • As crianças faziam os seus brinquedos;
  • Os homens encontravam-se nas tabernas;
  • As mulheres conversavam na fonte ou quando lavavam a roupa nas ribeiras.

 

A VIDA QUOTIDIANA NA CIDADE -  SÉCULO XIX

 

Na cidade habitavam grupos sociais muito diferentes. O trabalho e as condições de vida do povo contrastavam com a dos burgueses e nobres.

 

Classes populares:

o       Começavam a trabalhar em crianças (ex: ardinas);

o       Encarregavam-se da venda fixa e ambulante, trabalhavam na indústria, oficinas, construção civil, trabalhos nas casas de pessoas ricas e nas ruas;

o       Comiam mal e pouco (principalmente pão, caro e de má qualidade. Comiam também bacalhau, sardinhas e outros peixes. O toucinho e as sopas de batata, feijão ou de outros legumes eram também habituais). Muitos passavam fome e tinham de pedir esmola.

o       Viviam nos arredores em zonas degradadas, velhas, húmidas e superlotadas, sem esgotos, água potável e espaço para viver e repousar. No Porto, estas zonas chamavam-se “ilhas”, em Lisboa, tinham a designação de “pátios” ou “vilas”.

o       O vestuário não obedecia à moda. Estava adaptado à profissão.

o       Tinham poucos tempos livres e divertiam-se principalmente na rua.

 

Burgueses:

o       Tinham uma alimentação variada e abundante. Frequentavam os restaurantes e os cafés;

o       Viviam em residências de luxo: palacetes ou prédios de vários andares decorados com vitrais, ferro fundido, azulejos, pedra lavrada e estuques;

o       A moda vinha de França através de revistas;

o       No Verão, iam para as quintas, frequentavam os “Palace Hotel” das termas e iam aos banhos nas praias mais próximas. Na cidade, iam passear, conversar e ouvir

 

música para os jardins (ex: S. Lázaro no Porto e o Passeio Público em Lisboa). O Desporto começa a ter adeptos (ginástica, corridas de cavalos, etc.). Começam a ir ao cinema e continuam a frequentar as touradas, o teatro e a ópera. Os burgueses recebiam visitas em suas casas, jogavam às cartas, tomavam chá, liam e ouviam notícias e faziam grandes bailes.

 

NOVOS VALORES

 

Na sociedade e na família:

  • Publicam-se manuais de “boas maneiras”
  • Cabia à mãe de família formar a criança, transmitindo-lhe os princípios da religião católica, o amor ao trabalho e ao dever, obediência, honestidade e bondade.
  • A mulher devia de ser uma esposa submissa e uma dona de casa “prendada”;
  • O pai assegurava o sustento da casa e dava bons exemplos.

 

Na justiça:

  • Portugal foi o primeiro país da Europa a abolir a pena de morte – 1867.

 

 

MUDANÇAS NO CAMPO - 2ª METADE DO SÉCULO XIX

 

 

 

Situação da agricultura até meados do século XIX:

§         Terras na posse de poucas pessoas e abandonadas;

§         Os processos de cultivo continuavam a ser os mesmos desde há séculos;

§         Só 20% do território estava aproveitado para a agricultura;

§         Os camponeses pagavam muitos impostos.

 

 

Na 2ª metade do século XIX a situação altera-se:

  • Transportes mais fáceis;
  • Impostos antigos abolidos por lei;
  • Novos proprietários de terras:
    • Venda das terras das ordens religiosas e algumas terras da família real;
    • Lei que acaba com o privilégio de o filho mais velho ser o único a herdar as terras.
  • Mais terras cultivadas:
    • Novas leis permitiram a ocupação e vedação dos baldios;
    • Destruíram-se florestas, estrumaram-se terrenos arenosos e ocuparam-se zonas montanhosas.
  • Mais produtos agrícolas e mais variados:
  • Cultivo da barata, arroz, frutos e vinho para venda;
  • A terra deixou de estar em pousio.

 

  • Novas formas de cultivar a terra:
    • Substituição do arado de madeira pela charrua de ferro;
    • Surgem as máquinas agrícolas e os adubos químicos.

 

Êxodo rural – Saída de pessoas do campo para a cidade.

Emigração – Saída de pessoas do nosso país para se fixarem noutro. Nesta altura, emigraram principalmente para o Brasil devido à abolição da escravatura nos domínios portugueses, em 1869).

 

 

O PAIS TRANSFORMA-SE NA 2ª METADE DO SÉCULO XIX

 

Portugal na 1ª metade do século XIX estava:

§         Destruído – devido às invasões francesas e guerra civil;

§         Empobrecido – devido aos gastos com a guerra civil e perda dos lucros do Brasil;

§         Atrasado – não tinham sido introduzidos os inventos técnicos registados noutros países.

 

Em 1851, um governo chamado Regeneração tentou desenvolver o país.

 

  • Comunicações:
    • Reorganização dos Correios (aparecem os selos adesivos e os marcos postais);
    • Surge o telégrafo e o telefone.

 

  • Transportes:
    • Construção de uma rede de estradas macadamizadas, por onde circulava a mala-posta;
    • O Comboio – 1856 – Inauguração do 1º tropo de caminho de ferro, que levou à construção de pontes, túneis, estações…
    • Barcos a vapor, sobretudo ingleses. Tornou-se necessário construir portos e faróis.

 

A modernização das vias de comunicação e dos meios de transporte permitiu:

  • Maior mobilidade da população;
  • Desenvolvimento das actividades económicas (agricultura, indústria e comércio);
  • Facilitou a troca de ideias e informação.

 

Para o governo planificar e orientar a sua actuação realizou:

  • O Recenseamento, para saber quantas pessoas tinha o nosso país e as suas condições de vida (as antigas contagens, numeramentos, apenas permitiam conhecer um número aproximado de habitantes).

 

Mudanças no Ensino:

  • Abriram-se escolas primárias (1º livro: Cartilha Maternal);
  • Formaram-se professores;
  • Nas principais cidades foram criados liceus;
  • Foram criadas escolas técnicas;
  • Criaram-se novos cursos universitários.

 

Contudo, nem todos frequentavam a escola, principalmente no campo.

 

O PAIS TRANSFORMA-SE NA 2ª METADE DO SÉCULO XIX

 

Nesta unidade aprendeste o seguinte:

 

Portugal na 1ª metade do século XIX estava:

§         Destruído – devido às invasões francesas e guerra civil;

§         Empobrecido – devido aos gastos com a guerra civil e perda dos lucros do Brasil;

§         Atrasado – não tinham sido introduzidos os inventos técnicos registados noutros países.

 

Em 1851, um governo chamado Regeneração tentou desenvolver o país.

  • Agricultura:

o       Novos proprietários:

- Vendeu-se, principalmente a burgueses, parte das propriedades da Coroa e das ordens religiosas que tinham sido, entretanto, extintas;

- Acabou-se com o direito de morgadio (o direito que o filho mais velho tinha de herdar a totalidade dos bens paternos), passando as propriedades a ser divididas por todos os filhos;

- Dividiram-se muitos baldios (terrenos incultos que podiam ser utilizados por toda a comunidade para pasto do gado) em parcelas entregues aos camponeses, que os desbravaram e cultivaram.

 

o   Novas técnicas:

- Alternância de culturas, para evitar que as terras tivessem de ficar em pousio;

 período em que não se semeava a terra para que ela ficasse a descansar;

- Introduziram-se os adubos químicos e a selecção de sementes;

- Iniciou-se a mecanização da agricultura com a introdução das primeiras   máquinas agrícolas ( ex: ceifeira e debulhadora).

o            Culturas:

- introdução de novas culturas, como: o arroz e a batata;

- expansão da cultura da cortiça;

- aumento da produção de vinho e azeite.

 

  • Indústria:

- No século XIX a indústria passou a utilizar máquinas.

- Mas a grande "revolução" na indústria deu-se com a máquina a vapor.

- Em Portugal a primeira foi usada em 1835.

 

- A introdução das máquinas na indústria permitiu:

·                  produzir em maior quantidade

·                  produzir mais rapidamente

·                  produzir em série

·                 utilizar a divisão de tarefas

- Zonas mais industrializadas: Porto/ Guimarães (têxteis e confecções) e Lisboa/Setúbal (química e metalurgia).

- Nasce o operariado ( homens, mulheres e crianças que trabalhavam nas fábricas em muito más condições).

 

  • Extracção mineira:

- Desenvolveu-se a exploração mineira, sobretudo minas de cobre, ferro e carvão.

- Junto a minas surgiram novas povoações

- O carvão passou a ser a principal fonte de energia para uso doméstico e para a indústria.

 

  • Transportes:

 

Um dos principais responsáveis por esta política de modernização foi Fontes Pereira de Melo, ministro de D. Maria II, D. Pedro V e D. Luís I.

Nesta época verificou-se:

                 

 

 

  • Construção de uma rede de estradas macadamizadas, por onde circulava a mala-posta;
  • O Comboio – 1856 – Inauguração do 1º tropo de caminho de ferro, que levou à construção de pontes, túneis, estações…
  • Barcos a vapor, sobretudo ingleses. Tornou-se necessário

                                 construir portos e faróis.

A introdução da máquina a vapor nos transportes foi uma das principais inovações introduzidas.

 

  • Comunicações:
    • Reorganização dos Correios (aparecem os selos adesivos, o bilhete postal e os marcos postais);
    • Surge o telégrafo e o telefone.

 

A modernização das vias de comunicação e dos meios de transporte permitiu:

  • Maior mobilidade da população;
  • Desenvolvimento das actividades económicas (agricultura, indústria e comércio);
  • Facilitou a troca de ideias e informação.

 

  • Cultura:

- Aumentou o número de publicações e o gosto pela leitura dos jornais;

- Desenvolveu-se o gosto pelo teatro e pelo romance;

- Figuras importantes na literatura: Júlio Dinis, Almeida Garret, Ramalho Ortigão, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Alexandre Herculano.

 

  • Arte:
    • A arquitectura:

- O crescimento das grandes cidades obriga à construção de grandes espaços, como por exemplo: pavilhões de exposições, estações de caminhos-de-ferro, fábricas, teatros…

- Novos materiais utilizados: ferro e vidro.

 

o       A pintura e a escultura:

- Os artistas deste período pintaram sobretudo: paisagens rurais e marítimas, cenas da vida quotidiana e retratos;

- Destacaram-se na pintura: Silva Porto, José Malhoa, Columbano, Bordalo Pinheiro. Nesta altura, Domingos Rebelo pintava o quotidiano dos açorianos.

- Como caricaturista e ceramista salientou-se Rafael Bordalo Pinheiro, criador da figura do Zé Povinho

 

  • Ensino:

o       Abriram-se escolas primárias (1º livro: Cartilha Maternal);

o        o ensino primário tornou-se obrigatório e gratuito

o       Nas principais cidades foram criados liceus;

o       Foram criadas escolas técnicas;

o       Criaram-se novos cursos universitários.

Contudo, nem todos frequentavam a escola, principalmente no campo.

 

  • Defesa dos direitos humanos:
    • Abolição da pena de morte para os crimes civis - 1867;
    • Extinção da escravatura em todos os domínios portugueses – 1869.

 

  • Demografia:

- Para o governo planificar e orientar a sua actuação realizou:

o       O Recenseamento, para saber quantas pessoas tinha o nosso país e as suas condições de vida (as antigas contagens, numeramentos, apenas permitiam conhecer um número aproximado de habitantes).

 - Verificou-se um aumento da população devido:

                   - Melhoria na alimentação;

                        - Desenvolvimento da Medicina;

                        - Não ocorrência de guerras;

                        - Melhores condições de higiene nas cidades.

  - O Litoral norte era a zona mais povoada, por ter:

                   - Solos mais férteis;

                        - Mais portos marítimos;

                        - Maior número de indústrias;

                        -  Maior facilidade de comunicações.

  - Muitas pessoas saíram dos campos e foram viver para as cidades (êxodo-rural).

  - Outros preferiram ir viver para outros países (emigração), principalmente para o Brasil, por dois motivos:

                   - Fim da escravatura no Brasil;

                        - Utilização da mesma língua.

Alguns emigrantes morreram pobremente, outros regressaram à terra natal ricos.

RESUMINDO:

 

 

  • A vida quotidiana nos campos:
    • Actividades:
      • Agricultura e criação de gado.

 

  • Alimentação:
    • Simples e feita à base dos produtos que cultivavam ou podiam adquirir com mais facilidade.
    • Compunha-se de: pão, azeitonas, sardinha, carne de porco e sopa de legumes frescos ou secos. O arroz e a batata também faziam parte da alimentação. Doces e carne, de vaca ou de aves, só em dias festivos. Cada região possuía os seus pratos típicos.

 

  • Vestuário:
    • Variava conforme a região, o respectivo clima e ainda os trabalhos que realizavam.

 

  • Habitação:
    • O tipo de casas também variava conforme a sua localização, o clima e os materiais de construção existentes na zona.;
    • De um modo geral, os interiores eram simples e modestos.

 

  • Divertimentos:
    • Estavam relacionados com as festas religiosas e com os trabalhos agrícolas (vindimas, ceifas, desfolhadas);
    • Durante as festas do santo padroeiro de cada povoação faziam-se procissões, romarias, feiras e o povo divertia-se com bailes e jogos típicos da sua região;
    • As crianças divertiam-se com os brinquedos que elas próprias construíam;
    • Os homens encontravam-se e conversavam nas tabernas;
    • As mulheres trocavam as novidades do dia-adia enquanto lavavam a roupa nas ribeiras

 

  • A vida quotidiana nas cidades
    • No século XIX verificou-se um grande aumento populacional, sendo as cidades mais populosas Lisboa e Porto.
    • Nas cidades viviam os burgueses (comerciantes, industriais, advogados, médicos, professores…), mas a maioria da população pertencia às classes populares (operários da indústria e construção civil, empregados de balcão, criados nas casas de pessoas ricas e da classe média).
    • Os vendedores ambulantes abasteciam as cidades ao venderem os seus produtos (utilizavam um pregão especifico para cada produto, ex: “Eh! Chicharro fresco!”

 

  • Alimentação:
    • A burguesia e a nobreza tinham uma alimentação abundante e variada. Faziam quatro refeições diárias (pequeno-almoço, almoço, jantar e ceia), apreciavam pratos de carne e deliciavam-se com as sobremesas.
    • O povo das cidades alimentava-se de pão, legumes, toucinho e sardinhas.

 

  • Divertimentos:
    • As pessoas da cidade reuniam-se em cafés e clubes, jantares, festas e bailes;
    • Iam à ópera, ao teatro, ao circo, às touradas e no final do século ao cinema;
    • Frequentavam os grandes jardins, como: o Passeio Público e o Jardim Zoológico, em Lisboa, e o jardim de S. Lázaro, no Porto, onde conviviam, ouviam música tocada pelas bandas, assistiam a representações teatrais e ao lançamento de fogo de artifício

 

  • Vestuário:

 

O vestuário usado pelas classes mais ricas seguia a moda de França e da Grã-Bretanha.

 

  • Mudança e modernidade nas cidades:

- Mais higiene nas ruas e nas casas;

- Água canalizada;

- Ampliaram-se as redes de esgotos;

- Serviço de recolha do lixo;

- Iluminação das ruas;

- Abriram-se ruas e avenidas pavimentadas;

- Desenvolveram-se os transportes públicos: “americano” e “chora”

 

  • Habitação:
    • Os mais ricos construíram luxuosas residências;
    • A classe média vivia em andares mais ou menos espaçosos.
    • Os mais pobres habitavam em bairros miseráveis e superlotados, sem esgotos nem água potável, sem higiene nem segurança. No Porto chamavam-se “ilhas” e em Lisboa “pátios” ou “vilas”.

 

 

 

A arte na segunda metade do século XIX.

 

A arquitectura

 

           A arquitectura dos finais do século XIX está relacionado com o crescimento das cidades e com necessidade de construção de grandes espaços como pavilhões de exposições, estacões de Caminhos-de-ferro, fábricas, teatros, palácios… Os novos materiais utilizados eram característicos da industrialização entre os quais o ferro e o vidro. Estes materiais proporcionaram construções sólidas mas leves, delimitando espaços amplos, o revestimento das estruturas permitia a entrada de luz natural.

 

A pintura e a escultura

 

Os artistas deste período pintaram sobretudo;

. Paisagens rurais e marítimas;

. Cenas da vida quotidiana;

. Retratos (mais realistas, parecidos com as figuras reais);

O retrato pintado passou a fazer parte dos gostos das famílias ricas, sendo um hábito ou luxúria encomendar quadros para expor nos grandes salões dos palácios reais

 

Os principais nomes a destacar na Pintura de paisagens e quotidiano são:

Silva Porto,

José Malhoa,

Columbano Bordado Pinheiro.

 

Na Escultura destacam-se:  

Soares dos Reis;

Teixeira Lopes.

 

 

 

A Cerâmica

 

Destacamos neste tipo de arte os caricaturistas e ceramistas, salientando-se o artista Rafael Bordalo Pinheiro, conhecido pela criação da popular figura do Zé Povinho. A maioria das suas obras criticava a acção dos governantes e os usos e costumes da sociedade do seu tempo.

O azulejo foi também utilizado, principalmente como decoração de edifícios, com função histórica e publicitária.