Crise e Queda da Monarquia

 A Queda da Monarquia

Antecedentes (Portugal nos finais do século XIX)
Portugal atravessa um período de grande crise económica e financeira [baixa produção agrícola e industrial,
aumento das importações, aumento dos impostos, dívidas ao estrangeiro]. Balança comercial deficitária.
Grande descontentamento social (classes médias, operários, nas cidades) – devido ao aumento dos
impostos, ao desemprego e aos baixos salários.
Aparecimento de movimentos políticos partidários do fim da monarquia: Partido Socialista (com grande
apoio dos operários); Partido Republicano Português que usa a propaganda para atacar a monarquia.
O Ultimato Inglês
Em 1890, a Inglaterra (que não aceitou o Mapa Cor-de-Rosa) apresenta ao rei D. Carlos I um Ultimato
Para grande descontentamento da população, o governo português não reagiu e aceitou este Ultimato.
Neste clima de descontentamento contra a monarquia, as ideias republicanas ganham adeptos entre as
classes médias e o operariado, especialmente o Partido Republicano.
Revolta de 31 de Janeiro de 1891
Dá-se no Porto a primeira revolta armada contra a monarquia, sem sucesso.
Ditadura de João Franco, com o apoio do rei.
Aumenta a instabilidade e a forte oposição dos partidos políticos. Em 1907 o Parlamento é encerrado.
O Regicídio (1 de Fevereiro de 1908)
Em Lisboa, ocorre o regicídio: são mortos num atentado o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.
Sobe ao trono D. Manuel II que viria a ser o último rei em Portugal.
A Revolta do 5 de Outubro de 1910
A revolução republicana começou em Lisboa na madrugada de 4 de Outubro de 1910. Partiu de pequenos
grupos de conspiradores a que a população aderiu. O exército monárquico não se conseguiu organizar e os
revoltosos venceram.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, dirigentes do Partido Republicano, na varanda do edifício da Câmara
Municipal de Lisboa, proclamaram a implantação da República em Portugal. Neste dia terminou a monarquia
em Portugal.
Primeiras medidas republicanas
· Uma nova constituição (1911) – regime democrático parlamentar.
· Uma nova bandeira, um novo hino e uma nova moeda (escudo).
· Lei da Separação da Igreja do Estado [laicização do Estado] – expulsão das ordens religiosas,
nacionalização dos bens da Igreja, legalização do divórcio, criação do registo civil obrigatório, proibição
do ensino religioso nas escolas
· Financeiras – Tentativa para equilibrar o défice das contas públicas.
· Sociais – Lei da igualdade de direitos entre os cônjuges, entre filhos legítimos e ilegítimos, reconhecem o
direito à greve, protecção na doença e na velhice, redução do horário de trabalho: 48 e 42 horas. Mas o
governo não conseguiu obrigar os industriais a cumprir muitas dessas medidas.
· Educativas – escolaridade obrigatória entre os 7 e os 10 anos, aumento das escolas primárias e criação de
jardins-escola, reforma do ensino técnico e das universidades (univ. Porto e Lisboa). O grande objectivo
destas medidas era reduzir a elevada taxas de analfabetismo e melhorar a qualidade do restante ensino.