A queda da Monarquia

 

Nas últimas décadas do século XIX sentia-se, por todo o País, o descontentamento da população.

 

Razões:

-    A maioria do povo português continuava a viver com grandes dificuldades. Aqueles que já antes eram pobres - operários, agricultores e outros trabalhadores rurais - estavam cada vez mais pobres, e só os que já eram muito ricos conseguiam aumentar a sua fortuna. Esta situação provocava grande agitação e mal-estar.

-     Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar as condições de vida da população.

-   - o rei e a família real gastavam muito dinheiro do reino

-   -O Ultimato inglês

Os territórios em África despertam o interesse de muitos países. É o caso da Inglaterra que tendo em conta o que foi aprovado na Conferência de Berlim envia a Portugal um Ultimato exigindo a Portugal a retirada dos territórios compreendidos entre Angola e Moçambique e representados no Mapa Cor-de-rosa (mapa que marcava com a cor rosa, os territórios a que Portugal se considerava com direito).

-    Em 1890 Portugal cede ao ultimato.

 

Entretanto, em 1876, tinha surgido um novo partido, chamado "partido republicano". Os republicanos achavam que à frente do País não devia estar um rei, o qual nem sempre tinha as capacidades necessárias para o cargo, mas sim um presidente eleito pelos Portugueses e que governasse só durante alguns anos. Consideravam, portanto, que a forma de governo do País tinha de ser alterada. A monarquia devia ser substituída por uma república. 

 

Em ESQUEMA

 

Este partido propunha:

· substituir a Monarquia pela República o Rei por um Presidente eleito

                              · Reformas para modernizar Portugal

 

 

Em 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no Porto, a primeira revolta armada contra a monarquia. A revolta teve apoio de alguns militares e de muitos populares. Porém, a guarda municipal, fiel à monarquia, venceu os revoltosos. O número de mortos foi grande.

 

A agitação política e as manifestações populares contra a monarquia não terminaram.

 

Aumentaram ainda mais quando o rei D. Carlos dissolveu o Parlamento e deu amplos poderes a João Franco.

 

 

O REGICÌDIO

 

No dia 1 de Fevereiro de 1908, em Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São mortos o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe I.

Foi aclamado rei D. Manuel II, que tinha apenas 18 anos. O novo rei procurou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas mesmo assim não conseguiu que os republicanos desistissem de acabar com a monarquia em Portugal.

A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. Foi a primeira grande revolução portuguesa do século xx.

 

O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: - membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados.

Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos. A revolução saiu vitoriosa.

 

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directário do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República.

No mesmo dia, o rei D. Manuel II e a família real embarcaram na praia da Ericeira com destino a Gibraltar. O último rei de Portugal seguiu depois para o seu exílio na Inglaterra. Assim terminou a Monarquia em Portugal. 

 

Neste dia terminou a monarquia em Portugal.

 

  Vê aqui um esquema resumo : Queda_da_Monarquia-Esquema.JPG (33,8 kB)
 


 


A Revolução de 5 de Outubro

 

         "5 de Outubro (de 1910). Toda a noite ouço o estampido brutal do canhão que por vezes chega ao auge para depois cair sobre a cidade um silêncio mortal, um silêncio pior. Que se passa? Distingo o assobio das granadas, e de vez em quando o despedaçar de um beiral que cai à rua. E isto dura até de madrugada.

         De manhã as tropas do Rossio rendem-se e os marinheiros desembarcam na Alfândega. Às oito e meia está proclamada a República.

       Passa aqui na Rua de São Mamede um resto de soldados exaustos, entre populares que os aclamam. O rei fugiu."

 Raul Brandão, «Memórias II»

 

Ebook gratuito - A revolução Portugueza: O 5 de Outubro

 
No dia em que se comemora mais um aniversário da implantação da República em Portugal, aqui fica um relato coevo e em estilo jornalístico dos acontecimentos que culminaram com o fim da monarquia em Portugal, pela pena de Jorge de Abreu. Disponível no projeto Gutenberg em vários formatos (HTML, epub, Kindle, etc.) e na App Store, para iPhone, iPad ou iPod touch.


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A Queda da Monarquia
Antecedentes (Portugal nos finais do século XIX)
 
Portugal atravessa um período de grande crise económica e financeira [baixa produção agrícola e industrial,
aumento das importações, aumento dos impostos, dívidas ao estrangeiro]. Balança comercial deficitária.
Grande descontentamento social (classes médias, operários, nas cidades) – devido ao aumento dos
impostos, ao desemprego e aos baixos salários.
Aparecimento de movimentos políticos partidários do fim da monarquia: Partido Socialista (com grande
apoio dos operários); Partido Republicano Português que usa a propaganda para atacar a monarquia.
O Ultimato Inglês
 
Em 1890, a Inglaterra (que não aceitou o Mapa Cor-de-Rosa) apresenta ao rei D. Carlos I um Ultimato
Para grande descontentamento da população, o governo português não reagiu e aceitou este Ultimato.
Neste clima de descontentamento contra a monarquia, as ideias republicanas ganham adeptos entre as
classes médias e o operariado, especialmente o Partido Republicano.
 
Revolta de 31 de Janeiro de 1891
Dá-se no Porto a primeira revolta armada contra a monarquia, sem sucesso.
 
Ditadura de João Franco, com o apoio do rei.
 
Aumenta a instabilidade e a forte oposição dos partidos políticos. Em 1907 o Parlamento é encerrado.
O Regicídio (1 de Fevereiro de 1908)
 
Em Lisboa, ocorre o regicídio: são mortos num atentado o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.
Sobe ao trono D. Manuel II que viria a ser o último rei em Portugal.
 
A Revolta do 5 de Outubro de 1910
A revolução republicana começou em Lisboa na madrugada de 4 de Outubro de 1910. Partiu de pequenos
grupos de conspiradores a que a população aderiu. O exército monárquico não se conseguiu organizar e os
revoltosos venceram.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, dirigentes do Partido Republicano, na varanda do edifício da Câmara
Municipal de Lisboa, proclamaram a implantação da República em Portugal. Neste dia terminou a monarquia
em Portugal.
 
Primeiras medidas republicanas
· Uma nova constituição (1911) – regime democrático parlamentar.
· Uma nova bandeira, um novo hino e uma nova moeda (escudo).
· Lei da Separação da Igreja do Estado [laicização do Estado] – expulsão das ordens religiosas,
nacionalização dos bens da Igreja, legalização do divórcio, criação do registo civil obrigatório, proibição
do ensino religioso nas escolas
· Financeiras – Tentativa para equilibrar o défice das contas públicas.
· Sociais – Lei da igualdade de direitos entre os cônjuges, entre filhos legítimos e ilegítimos, reconhecem o
direito à greve, protecção na doença e na velhice, redução do horário de trabalho: 48 e 42 horas. Mas o
governo não conseguiu obrigar os industriais a cumprir muitas dessas medidas.
· Educativas – escolaridade obrigatória entre os 7 e os 10 anos, aumento das escolas primárias e criação de
jardins-escola, reforma do ensino técnico e das universidades (univ. Porto e Lisboa). O grande objectivo
destas medidas era reduzir a elevada taxas de analfabetismo e melhorar a qualidade do restante ensino.