A revolução Liberal de 1820

 

A LUTA ENTRE LIBERAIS E ABSOLUTISTAS

Guerra Civil

Quando D. João VI morre, D. Pedro sucede-lhe mas abdica do trono para ficar no Brasil. Passa a coroa para a sua filha Maria da Glória mas, como tinha apenas 7 anos, fica como regente o seu irmão D. Miguel.

D. Miguel prometeu governar segundo um regime liberal mas em 1828 dissolveu as cortes e passou a governar como rei absoluto com o apoio da nobreza e do clero e perseguiu os liberais.

Em 1831, D. Pedro abdicou do trono brasileiro e rumou à Europa, instalando-se com exilados liberais na Ilha Terceira, nos Açores.

Em 1832 desembarcou com as suas tropas numa praia próxima do Porto e avançou sobre a cidade, sem encontrar resistência.

Assistimos assim a uma Guerra Civil em Portugal (de um lado os Absolutistas, liderados por D. Miguel e do outro lado os Liberais, liderados por D. Pedro).

Só depois de várias derrotas é que D. Miguel assinou a paz através da Convenção de Évora Monte em 1834.

O Liberalismo saiu vitorioso e implantou-se definitivamente no nosso país.

 

Antecedentes da Revolução Liberal

 

 

“As invasões e a ocupação francesa devastaram boa parte de Portugal (…). A agricultura, o comércio e a indústria foram profundamente afectados. (…) Tanto franceses como ingleses saquearam bom número de mosteiros, igrejas, palácios, (…) levando consigo toda a casta de objectos preciosos. (…). Para mais, as invasões francesas deixaram Portugal numa condição política especialíssima. (…). O país passou a ser um protectorado inglês, quer uma colónia brasileira. (…). Beresford recebeu a direcção suprema do país (…). O rei D. João VI não manifestava desejos de regressar à Europa. (…). Através do país, descontentamento contra o rei, os Ingleses e a regência era acompanhada por uma situação económica deplorável. Por toda a parte lavrara um fermento revolucionário, que bem depressa conduziria à rebelião.”

A. H. de Oliveira Marques, Historia de Portugal, Vol. I
Adaptado

 

 

 

O descontentamento da população

Em 1811, as invasões francesas terminaram, mas o país ficou numa situação muito difícil:

- a família real continuava no Brasil;

- o Reino ficou mais pobre e desorganizado após as invasões;

- os ingleses controlavam quase todo o comércio com o Brasil.

Era pois necessário expulsar os ingleses e obrigar o rei a regressar.

As ideias liberais, vindas de França, tinham cada vez mais adeptos.

 

Em 1817, em Lisboa, regista-se a primeira conspiração liberal, chefiada pelo General Gomes Freire de Andrade.  Descoberto, foi preso e enforcado.

Em 1818, forma-se no Porto uma organização secreta, o Sinédrio, com o objectivo de preparar uma revolução liberal.

O Sinédrio reunia burgueses do Porto (comerciantes, juízes, proprietários), entre os quais se destacava Manuel Fernandes Tomás. Também aderiram alguns militares.

 

No dia 24 de Agosto de 1820 deu-se a revolução.

A população do Porto aderiu com entusiasmo. Um mês depois, aderia Lisboa.

A revolução espalhou-se então a todo o país. Os ingleses foram afastados e criou-se a Junta Provisional do Governo do Reino.

 

Esta Junta passou a governar e preparou as primeiras eleições para deputados às Cortes Constituintes, isto é, a Assembleia que tinha como função elaborar uma Constituição de acordo com as ideias liberais.

Em Setembro de 1822, as Cortes Constituintes aprovaram a 1ª Constituição Portuguesa.

D. João VI regressa do Brasil, com a família e a corte, assina a Constituição e jura respeitá-la.

Esta Constituição estabelecia:

- a soberania da nação: o poder do rei devia submeter-se à vontade dos cidadãos, através do voto;

- a separação de poderes: legislativo, executivo, judicial;

- a igualdade e liberdade dos cidadãos face à lei.

 

1820 E O LIBERALISMO

 

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1820 E O TRIUNFO DOS LIBERAIS

Proclamação lida pelo Coronel Sepúlveda

“Soldados! Acabou-se o sofrimento (…). Soldados, o momento é este (…). Camaradas, vinde comigo. Vamos com os nossos irmãos de armas organizar um Governo Provisório, que chame as Cortes a fazerem uma Constituição, cuja falta é a origem dos nossos males (…). Cada um de vós o sente. É em nome e conservação do nosso Augusto Soberano, o Senhor D. João VI, que há-de governar-se. A nossa Santa Religião será guardada (…). Os soldados que compõem o bravo exército português hão-de acorrer a abraçar a nossa causa, porque é igualmente a sua (…). Tende confiança num chefe que nunca soube ensinar-vos serão o caminho da honra.

Viva EL-Rei O Senhor D. João VI! Viva as Cortes e por elas a Constituição.”

 

Proclamação de 1820 no Campo de Santo Ovídio

Adaptado

 

 
 

 Revolução Liberal Portuguesa (HGP)

 

O que provoca o descontentamento dos Portugueses?
1.O General inglês Beresford → continuava a controlar o exército
→ a influenciar as decisões políticas
General inglês Beresford
2.Os Ingleses também saquearam, igrejas, mosteiros, palácios.
3.Em 1808, D. João abria os portos brasileiros ao mundo, prejudicando o nosso comércio.
4.D. João e a Corte continuavam no Brasil.
A primeira conspiração liberal, chefiada por Gomes Freire de Andrade, teve lugar em 1817. Pretendia fazer regressar a família real do Brasil e acabar com o domínio inglês.

Gomes Freire de Andrade

 
Em 1818, um grupo de liberais forma o Sinédrio dirigido por Manuel Fernandes Tomás, que preparou uma revolução para pôr fim à monarquia absoluta.

Manuel Fernandes Tomás,

 
A 24 de Agosto de 1820, o comandante da guarnição militar do Porto, revoltou-se contra a monarquia absoluta.
A revolta alastrou pelo Norte e Centro do País em 1º lugar.
Em Setembro, um levantamento militar forçou os regentes a abandonar o poder. É criada a Junta Provisional do Governo do Reino e era assim o triunfo da Revolução Libera

 

-1820-e-o-Liberalismo-ppt-.pdf (3,9 MB)

 

A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820uação do reino português após as invasõe francesas

A população encontrava-se bastante descontente:

  • A família real continuava no Brasil e sem intenções de voltar
  • O reino encontrava-se pobre e desorganizado
  • Os ingleses não saíram de Portugal e controlavam o comércio feito com o Brasil, prejudicando assim os comerciantes portugueses

Grande parte da população, sobretudo o povo e a burguesia, começou a defender as ideias liberais vindas de França.

 

Revolução liberal de 1820

Em 1818 foi fundada no Porto uma sociedade secreta chamada Sinédrio que tinha como objetivo preparar uma revolução para expulsar os ingleses e ordenar o regresso do rei que estava no Brasil.

Em 1820 iniciou-se a Revolução Liberal, no Porto, que depois se espalhou por todo o país e em Lisboa.

 

Monarquia Liberal

Portugal passou a ter uma monarquia liberal. Foram criadas as Cortes Constituintes que tiveram a função de criar a Constituição de 1822, onde estavam definidos os direitos e deveres dos cidadãos. Nesta Constituição estava definido que todos os cidadãos eram iguais perante a lei e estava estabelecida a separação de poderes.

Independência do Brasil

O rei D. João VI regressou a Portugal, ficando o seu filho D. Pedro na regência do Brasil. Durante a permanência do rei o Brasil teve um grande desenvolvimento e os portos foram abertos aos comerciantes estrangeiros o que favoreceu a burguesia brasileira. Estes apoiaram D. Pedro que declarou a independência do Brasil em 1822.