Embarque da família real para o Brasil

07-06-2013 10:29

 

Texto 1

A decisão do Príncipe Regente

 

       “Vejo que, pelo interior do meu reino, marcham tropas do imperador dos Franceses (…).

         Conhecendo eu igualmente que elas se dirigem muito particularmente contra a Minha Real Pessoal (…) tenho resolvido, em beneficio dos meus vassalos, passar com a Rainha Minha Senhora e Mãe e com toda a Real Família para os Estados da América e estabelecer-me na cidade do Rio de Janeiro até à paz geral.”

 

Carta do príncipe D. João, em 26 de Novembro de 1807

Adaptado

 

 

Texto 2

O embarque da Família Real para o Brasil

“(…) Os cortesãos corriam pela meia-noite as ruas, ofegantes, batendo às lojas, para comprarem o necessário; as mulheres entrouxavam a roupa e os pós, as banhas, o gesso com que caiavam a cara, o carmim com que pintavam os beiços, as perucas e os rabichos, os sapatos e as fivelas, toda a frandulagem do vestuário (…).

         Embarcavam promiscuamente no cais os criados e os monsenhores, as freiras e os desembargadores (…). Era escuro, nada se via, ninguém se conhecia (…).

         (…) O príncipe-regente e o infante de Espanha chegaram ao cais na carruagem, sós: ninguém dava por eles; cada qual cuidava de si, e tratava de escapar (…). E por fim a rainha, de Queluz, a galope. Parecia que o juízo lhe voltava com a crise. “Mais devagar! Gritava ao cocheiro; diria que fugimos! (…).”

 

Oliveira Martins, História de Portugal, Guimarães Editores